O Guarujá faz parte da vida de muitos jovens que hoje frequentam suas 27 belas praias.
No entanto, este vínculo, que marcou a memória afetiva de tantos, é bem mais antigo. Os jovens há mais tempo que o digam.
Muitos viveram suas infâncias no Guarujá. Esta cidade praiana sempre foi muito bem conceituada. Quem não conhecia sonhava um dia ir até lá. Tanto pela sua beleza natural quanto pelo glamour que envolvia o seu nome.
A cidade do Guarujá está na Ilha de Santo Amaro, sim.
Pode não ser de conhecimento de todos, mas o Guarujá é uma cidade que fica em uma ilha. Ilha de Santo Amaro.
Antigamente o acesso era feito somente por balsa e esta “aventura” na época, fazia lembrar que era uma ilha… A travessia era memorável. Havia um barco apenas para pedestres e a balsa que transportava carros e também pessoas.
A Balsa, isto é, Ferry Boat, que fazia este serviço de travessia entre Santos e Guarujá, foi inaugurada em 1922.
Entre a Ilha de Santo Amaro e a Ilha de São Vicente, no estuário (ambiente aquático de transição entre rio e mar) foi construído o Porto de Santos, um dos maiores do mundo.
Ao chegar na ilha – Década de 50
Ao chegar na ilha pelo barco, os pedestres tomavam o trem para chegar ao centro do Guarujá. Os mais velhos contam esta viagem com saudade. A balsa era divertida mas o trem, este sim, inesquecível. O trem atravessava toda a ilha, com vista para as margens da ferrovia cercada por bananais.
Ficar no continente era mais em conta do que se hospedar na Ilha de Santo Amaro, isto é, no Guarujá. Para as famílias de menor recurso financeiro, o mais indicado era se hospedar no Continente e ir visitar a Ilha para tomar sorvete e contemplar o mar.
Ao chegar na praia do centro, à direita, se avistava o então recém construído Edifício Sobre as Ondas, carinhosamente chamado de SAO. Para ele vale um capítulo à parte:
Edifício Sobre as Ondas
Na época, 1945, quando aprovado o projeto de construção do Edifício Sobre as Ondas, Guarujá era uma cidade minúscula com seus 7.000 habitantes, muito diferente da sua vizinha Santos, segunda maior cidade do estado.
A ideia da construção nasceu para o médico Roberto Braga assim que foi construída a Via Anchieta. Chamou arquitetos bem conceituados na época que aceitassem o desafio dessa construção. Um prédio sobre as ondas.
Nesta época, 1945, quando foi aprovado o seu projeto, os paulistas, da alta sociedade frequentavam o cassino do Guarujá e se hospedavam nos poucos hotéis existentes.
Em 1946 os cassinos foram fechados no Brasil. Em 1951 a obra do Sobre as Ondas foi finalizada. Mesmo assim, o sucesso de vendas foi surpreendente. Todas as unidades vendidas em tempo recorde.
Percebendo esta demanda, o médico Roberto Braga imaginou um edifício que chamamos hoje de “pé na areia”.
O projeto do edifício simula movimento como se abraçasse o mar. Foi construído sobre as rochas em terreno cuidadosamente escolhido. O movimento arquitetônico desta obra, já tombada como patrimônio histórico, é tão genial que tem vista para as duas praias que divide: Astúrias e Pitangueiras.
Seus 88 aptos, com 1, 2 e 3 dormitórios e duas coberturas, todos foram vendidos rapidamente na época. Sucesso total. Encantamento geral.
Bom lembrar que nesta época, a praia era mais procurada para contemplação, passeio, do que para banho. A conotação medicinal para o banho de mar era comum. Imagine então veranear em um apto com vista para o mar, localizado na areia da praia? Foi um acontecimento arquitetônico tão inovador que repercutiu até em São Paulo, a capital do estado, com toda a sua experiência em grandes projetos.
Além de tombado como patrimônio histórico, o Edifício Sobre as Ondas recebeu condecorações internacionais pela genialidade do seu projeto.
Hoje, o Sobre as Ondas vive um momento delicado.
Imagine que foi construído no mesmo momento em que os carros importados começaram a chegar no Brasil. O Sobre as Ondas foi construído sem garagem há 70 anos atrás.
Localizado estrategicamente entre duas famosas e muito frequentadas praias, Astúrias e Pitangueiras, ao longo dos anos, 7 décadas, o entorno mudou bastante.
Além de muito apertado para movimentação das pessoas moradoras, ainda a Prefeitura determinou uma ciclovia bem na porta do edifício. Desta maneira, os moradores e/ou hóspedes dos aptos não conseguem estacionar na porta nem para descarregar as malas. Esta questão está sendo motivo de extremo descontentamento dos moradores que já estão em negociação com a Prefeitura.
Fique confortavelmente instalado no Hotel Doral e faça uma visita ao Sobre as Ondas. Projeto visionário concebido há 7 décadas.
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Acessos melhores à Ilha de Santo Amaro
Bem depois, foi construída o que seria uma das maiores rodovias do estado de São Paulo, a famosa até hoje tão frequentada, Rodovia Cônego Domênico Rangoni, também chamada de Piaçaguera-Guarujá. E duplicada nos anos 90. Sua construção tinha a intenção de desafogar o movimento das velhas e já tão desgastadas balsas. A extensão desta rodovia é de 33 km.
Dias de hoje
Hoje você poderá se hospedar no Hotel Doral e fazer uma visita aos principais pontos de interesse na Ilha de Santo Amaro.
Gostaria de conhecer o Sobre as Ondas? Um projeto ousado para a época.
Esperamos por você aqui no Hotel Doral!
